E se a gente estudasse filosofia dentro da Umbanda?
- Crís D'Oroiná

- 21 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de jun.
Senta aqui comigo: hoje a conversa é semente de Exu!
Já te ensinaram que filosofia nasce de cabeças brancas sob colunas gregas? Que pensar é ato imóvel, distante do corpo e da alma? Desamarre esses nós. Existe uma sabedoria que brotou do tambor, que dança nas encruzilhadas, que cozinha conhecimento com folha e fogo. Uma filosofia viva — resistindo em terreiros e memórias pretas que o mundo não apagou.
Essa é a filosofia dos Orixás. E ela é um rio.
Quando a escola apagou as divindades
Você cresceu ouvindo que:
Exu era "diabo"?
Ogum, só guerra?
Oxum, vaidade vazia?
Mentira colonizada.
Exu é linguagem em trânsito: mestre da comunicação que destrava caminhos e ri da rigidez.
Ogum é criação forjada: ferreiro de possibilidades, engenheiro do impossível.
Oxum é estratégia fluida: inteligência que usa águas doces como poder, nunca como submissão.
Oxalá é paz em ação: pensamento que tece serenidade.
Cada Orixá é um sistema filosófico completo. Um modo de habitar o mundo com pés no aiyê e cabeça no orum.
No TEUCE, o saber tem cheiro de arruda
Recusamos conhecimentos áridos que divorciam mente e espírito. Aqui, pensar tem:
Ritmo de atabaque
Sabor de oferenda compartilhada
Cheiro de folha fresca
Por isso criamos o ciclo Filosofia Afro-Brasileira Ancestral, onde Orixás são mestres. Não entregamos teorias mortas: oferecemos vivência, memória e raiz.
E como entendemos?
Exu e a pedagogia das encruzilhadas
Ancestralidade como tecnologia política
O corpo negro como arquivo vivo
O tempo circular que a academia não vê
Oralidade, roda e axé: epistemologias negadas
"E se eu pudesse pensar com o corpo inteiro?"
A primeira chave? Exu já abriu os caminhos.
No próximo texto: "Ancestralidade n
ão é museu: como o passado dança no seu presente" (Spoiler: seus velhos estão na sua fala, no seu andar, no seu modo de amar).




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